Mensagem de Julie Redstone
9 de Julho de 2013.
Este boletim foi escrito em resposta ao relatório de 51 pessoas que morreram, como resultado do confronto entre as forças a respeito do afastamento forçado do Presidente Morsi do poder, na semana passada.
Vemos no Egito, hoje, um conflito que surge entre forças opostas e facções, cada uma das quais pertence ao mesmo país, cada uma das quais tem, em grande medida, o mesmo desejo dos seus conterrâneos e do seu país, ou seja, de que ambos se saiam bem. E, no entanto, as emoções do medo e da raiva e a sensação de ameaça podem surgir a tal ponto, que os interesses comuns dos pontos de vista opostos sobre como alcançar o bem geral não mais podem ser vistos, e, ao contrário, o que é visto e sentido, é que o outro lado irá tirar de si mesmo e daqueles com que se estiver alinhado, qualquer possibilidade de atingir os objetivos mais profundamente mantidos.
Aqui se encontra uma situação difícil para todas as pessoas, em todos os lugares, pois as energias do medo, da visão limitada, e até da paranoia que estimula o partidarismo, podem surgir em qualquer lugar. Elas podem surgir em situações que são abertamente voláteis, e em situações onde uma tensão adormecida tem permanecido como um gigante adormecido na consciência coletiva, um gigante que, uma vez desperto, explode em atividade, inflamando emoções e incitando a raiva e o medo em todos.
O poder de tal gigante adormecido se baseia no obscurecimento do bom senso da humanidade com os outros, e na supressão da idéia de que ainda que o ponto de vista dos outros possa diferir com respeito aos meios que eles desejam empregar para alcançar os seus fins, por exemplo, o fim de ser capaz de viver livremente e com igualdade em uma nação, que em seus eus mais profundos, cada um deles mantém um ideal de servir ao bem comum.
As energias obscuras do medo, da raiva e da paranoia que fazem parte de facções, substituem a confiança na humanidade comum de seres humanos, pela desconfiança e a ideia do diálogo e da discussão, com um sentimento de necessidade urgente de impedir à força e de assumir o controle de uma situação, de modo que a sensação de ameaça possa ser removida.
Tal movimento pode acontecer em qualquer lugar. Pode acontecer a qualquer momento. Pode acontecer especialmente quando não é reconhecido que as forças da desconfiança estão se expandindo para a alienação de um tipo profundo, e que a cooperação e o diálogo no interesse do bem comum, não mais parecem ser opções viáveis a serem perseguidas com outros de partidos diferentes.
Precisamos compreender que o partidarismo em sua raiz, que é a disposição de acreditar no próprio ponto de vista é correta, e que qualquer outro ponto de vista que busque adeptos e que difira do próprio, é perigoso. Esta perspectiva não pode deixar de levar a uma sensação ostensiva ou dissimulada de separação e conflito, e pode ser a base de uma ruptura dentro do corpo político de qualquer nação.
Para aqueles que desejam uma forma mais pacífica de entrar no futuro que não seja violento e que permita a maior expressão dos pontos de vista de todos, a crença que deve ser mantida é que somente através da tolerância universal que o bem comum pode ser alcançado e que o partidarismo deve ser evitado. Para aqueles que se apegam a tais preceitos, a mente e o coração devem estar cautelosos com todas as divisões que permitem atos de violência de irmãos contra irmãos, ou irmãs contra irmãs. A mente e o coração devem também estar atentos com aquelas emoções que inflamam o coração e causam uma rigidez de perspectivas que, no fim, irão impedir que a verdadeira paz em qualquer situação, torne-se possível.
Que todas as pessoas, em toda parte, compreendam que é somente através da confiança na humanidade comum de todos, definida e mantida no sentido mais elevado possível do que esta humanidade significa, que a paz pode ser alcançada e que meios pacíficos podem ser encontrados na presença de qualquer conflito. Esta humanidade comum se apóia na disposição do coração de confiar no amor, que é a base para a paz, e confiar que dentro dos corações de todos, este mesmo amor pode se expandir para localizar o que acabará por servir ao bem mais elevado de todos.
Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br
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