sábado, 29 de junho de 2013

AS ORIGENS DA GRANDE PIRÂMIDE

“Há milênios, fustigando constantemente pelas poeira dos tempos, no Egito, um monumento vem se perpetuando indefinidamente de geração em geração.
Trata-se da imponente pirâmide de Quéops, também chamada a Grande Pirâmide, genuinamente denominada de uma das sete maravilhas do mundo antigo por Heródoto, famoso historiador grego.
A data presumível de sua construção, conforme os arqueólogos ortodoxos, é de 4.800 anos, ou seja, dois mil e oitocentos anos antes de Jesus Cristo. As pesquisas da atualidade, no entanto, revelam que a Grande Pirâmide é muitíssimo mais velha, e possivelmente 20.000 anos mais antiga do que a nossa própria era.
Essa obra colossal, maior e mais pesada que o mais importante edifício existente no mundo, não tem rival, nem há nada parecido. Napoleão Bonaparte, no auge de sua invencibilidade exclamou perplexo, ante a Grande Pirâmide, a frase famosa: “Soldados, do alto dessa obra maravilhosa quarenta séculos vós contemplam!
Para que se faça um estudo judicioso e analítico sobre a Grande Pirâmide, como também sobre as outras trinta e nove existentes no vale do Nilo, é preciso, entretanto, apreciar os esplendores dessa terra afastada no tempo. Em Tebas, ás margens oriental e ocidental do caudaloso rio, pode-se admirar as obras mais singulares desse povo requintado.
Ao chegarmos próximo ao cenário tão exótico e soberbo do Egito, temos a visão deslumbrada ao depararmos com suntuosos templos-palacianos, onde avultam pilastras esplêndidas e harmônicas, colunatas colossais, pátios fechados, anfiteatros, esfinges dispostas em avenidas caprichosas, obeliscos e outras maravilhas arquitetônicas.
Cabe frisar que tudo isso é coberto de alto a baixo, por dentro e por fora, com figuras artisticamente esculpidas por artífices hábeis, além de uma profusão de legendas hieroglíficas.
Essas legendas contam-nos tudo o que se relaciona com os afazeres domésticos do Egito antigo, como também tecem louvores aos reis despóticos ou aos deuses e animais inspirados em sua crença exótica.
Ao largo do extenso território e acima do solo arenoso, cercado pelos desfiladeiros rochosos que vão ter ao vasto deserto da Líbia, à margem ocidental do rio Nilo, enfileiram-se os túmulos cavado na própria rocha, rivalizando em suntuosidade com as típicas habitações dos vivos.
Aliás superando-as, notadamente pelo número de câmaras admiravelmente esculpidas, mais enfeitadas e ainda ricamente decoradas de pinturas e inscrições incontáveis, além de deuses em ouro, porcelana e jade, evocando a vida tumultuosa daquela época e dando a conhecer o padrão de sua idolatria elegante e excêntrica.
Além desses templos, todos de proporções colossais, há um número menos deles, da mesma época ou idades subsequentes, nas duas margens do longo rio, colocados de maneira arbitrária e sem sentido.
E isto porque os túmulos que se encontram espalhados sobre as colinas ou em cima de barrancos e rochedos, ao acaso, surgiram bem mais tarde, após a pirâmide de Queóps. Nesta construção colossal tudo é perfeito e se manifesta esquadrinhando, além de ser rigorosamente voltado para o eixo norte-sul e na direção dos quatro pontos cardeais, motivo pelo qual torna-se impossível encontrar qualquer erro tecnológico nesta obra monumental.
A Grande Pirâmide é uma edificação única e a mais soberba de todo o Egito, destacando-se a singeleza da decoração sintética e harmônica, despida dos costumeiros arabescos que se observa nas construções de dinastias que se sucederam em épocas posteriores contendo uma intensidade de hieróglifos, ressaltando a vida e os costumes egípcios, bem como alusões à sua idolatria tão singular.
A Grande Pirâmide constituiu o protótipo de todas as outras pirâmides congêneres, como se depreende dos gráficos de Lepsius e de suas conhecidas Cartas do Egito, elaboradas em época remota, em que frisa primazia da Grande Pirâmide, como sendo o mais antigo monumento arquitetônico edificado no extenso vale de Gizé.
Todos os que superficialmente observam as ricas coleções da arte egípcia descobertas por Lord Carnavon, no Vale dos Reis, mantem uma impressão errônea de que todas as antigas pirâmides, sem exceção, se encontravam igualmente decoradas, como se viu no grupo dos túmulos encontrados em Sacara e Mênfis.
Dest’arte verificamos que nem todo o Egito é homogêneo e nem sempre igual em seu panorama histórico, como é afirmado por alguns arqueólogos ortodoxos.
As diferentes sociedades que povoaram o Egito Antigo, no decorrer de suas dinastias, podem ser observadas em algumas das pirâmides existentes. O mausoléu edificado para o faraó Djoser, da terceira dinastia, em degraus, é impossível de ser comparado com a grande pirâmide de Queóps, a mais antiga, a mais alta, a única na sua função de pedra angular de toda a arte monumental, considerada a maravilha máxima de todos os tempos históricos do nosso globo, em suas majestosas dimensões de 148 metros de altura por 223 metros de largura em cada uma das suas quatro faces.”

Referência:

  • MEDEIROS, João. Os segredos da grande pirâmide. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint, 1986.

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